segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A formiga andava com destreza, até que um leão a devorou. Havia nela um sabor especial; a de uma formiga que caminhava solitária. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

          O jovem pensava na liberdade que teria ao amanhecer. Ainda idiossincrático tentava aos poucos abster-se de si mesmo. Esta fugacidade o alimentava, o revigorava em cada traço do dia. Ao anoitecer apenas deitava na cama e esperava o tempo passar, sombrio. E amanhecia livre e fora de si mesmo. Quando escurecia repousava para dentro. 
                                                     (Quadro de Van Gogh)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Máscara


A litúrgica alma transpirante em desatino caminha frente a tristeza. Mas neste instante o ignóbil pensamento reflete-se na máscara estúpida da contravenção social. Finjo, finjo. Mas estes olhos ilógicos afundam-me ao ócio de mim. Cada segundo, cada momento de fugacidade do sentimento, que perpassa a máscara, será fingimento. Não de mim, mas me defenderei dos outros. Porém, esta eterna inquietação de minha alma, esta emoção paralítica, este âmago carente e mimado, será a verdade que levarei com minha sobrevivência humana.


sexta-feira, 15 de março de 2013

Autoestima

Fabiano acordou as 6h da manhã. Ainda devagar colocou sua mão no rosto e preguiçosamente levantou- se para o trabalho. Vestiu uma calça jeans, uma camisa polo e um rosto abandonado. Tomou café como quem pede disposição para mais um dia do calendário rotineiro.
Escovou os dentes, rezou, fechou a casa e partiu. Pegou o ônibus como simples cidadão brasileiro. Nem notava as pessoas a sua volta. Desceu do transporte e caminhou até o emprego. "Mais um dia", dizia ele em pensamento. Porém, seus dias eram sempre os mesmos. Se preocupava e tinha medo das palavras que os outros falavam pra ele. Não se sentia querido no trabalho, não puxava assuntos banais como futebol ou música, e assim, preenchia os documentos até as 17h. "Mais um dia", repetia Fabiano.
O que lhe dava mais medo eram as palavras que escutava e pousavam abruptamente em seu coração. Aos poucos foi ficando vazio e sem esperança. Aos 7 anos de idade ouviu de uma professora:
_ Você não é capaz!
E foi acreditando, mesmo que seus pais dissessem para não acreditar nesta bobagem. Aos 12 anos ouviu de um amigo que lhe dissera: _ "Burro". Tentava não armazenar essas palavras na sua vida, mas de alguma maneira seus sentimentos e fragilidades absorviam. E o consumiam. Fabiano passou a guardar as palavras ruins e transformá-la no seu dicionário. Ouviu das poucas namoradas que teve uma crítica ácida, gestos de abandono. E abandonou-se também.
_ É preciso autoestima, autoestima. - dizia o psiquiatra.
O problema não era ele exatamente. Mas sua alma inferiorizada que não o deixava acreditar em si mesmo. Saia do trabalho, pegava novamente o ônibus e seguia o caminho de volta para casa. Estava exausto da rotina, das palavras banais que entravam no seu peito como um urubu que procura a carne morta. Desceu do veículo antes de chegar a sua morada. E caminhou, caminhou, aproveitou e viu o mar, escutou o barulho das águas, olhou sua agenda telefônica no celular. Para quem poderia ligar? Sentou-se na calçada e por ali ficou durante algum tempo. Uma senhora curiosa passava por ali, quando parou e interpelou Fabiano.
_ Do quê você precisa?
_ Autoestima. - respondeu.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Xiiiii... Desabafo


É impressionante como censuram-me por minhas opiniões nos mais variados assuntos. Não posso usar o termo "porcaria" para um determinado cantor, não posso bradar contra a imprensa e não sou bem vista por minha paixão clubística. Nem nas redes sociais!
Vamos todos seguir um arquétipo barato em que suas opiniões tem de estar de acordo com a sociedade. Vamos todos seguir os modismos, os valores da televisão, um jornalismo manipulado, uma rede social em que é proibido criticas e um futebol tendencioso.
Minhas opiniões não precisam ser aprovadas pela sociedade e nem por isso estou certa ou errada.
Fico calada mas tem horas que não dá pra ficar! Meu senso crítico flameja.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Instagram

Super ego no instagram. 
O novo espelho da pós-modernidade.
Máscaras ou aforismos?