Você conhece a saliva que goteja
por entre seu corpo libidinal.
No escuro, as marcas da existência
evaporam-se com o cintilar
de nossos movimentos.
Você conhece a alma
que teima em perfazer
a rotina como um cálculo matemático.
Mas na cama, nossos rostos crestam-se
pela verdade antes escondida
diante dos preceitos coletivos.
Nossos gemidos sobrepujam nossa repressão.
Ali, entre paredes, somos carne nua
e nos devoramos pelo toque.