Viver para ela, era um ponteiro do
relógio. Acordava em mais um dia rotineiro, abria a janela e avistava o mar.
Seu nome era Penélope. Solitária, hermética e idiossincrática. Assim como o mar
transportava a profundidade da natureza, sua alma mergulhava num abismo sem
fim; intransponível. O tapete que
ocupava o chão da sua sala de estar evidenciava o sufrágio de quem estava
cansado de esperar. Olhando da janela, as outras pessoas mergulhavam sem medo.
Como desbravar o oceano?
Havia
um pescador. Nas dificuldades da vida, o peixe, além de alimento, era aquilo
que o conduzia para a vida. João era seu nome. Corajoso, inquieto e sonhador.
Embora o cheiro fétido da rotina reverberasse entre chegadas e partidas, seu
coração era limpo como a água de uma ilha. No braço, uma tatuagem com a frase:
“A vida é um sopro”. Entre janela e oceano, a vida segue seu destino.
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