Júlia
levantou-se às cinco horas da manhã ainda embebida pela noite anterior.
Permaneceu na cama alguns minutos até abrir a janela. Soltou um leve bocejo de
esvaziamento. Caminhou lentamente ao banheiro, sentou no vaso e escovou os
dentes. Enquanto fazia suas atividades domésticas não atentara-se para si. Mas,
como de súbito, o barulho da rotina que atravessava a janela do quarto provocou inquietação. Penteou os cabelos, colocou uma blusa e uma calça jeans.
Foi para a cozinha, fez café e comeu
torrada. Cansada do gosto do café, da torrada, do desbotamento da calça, Júlia
pensava na noite anterior e em outras noites também. Era segunda- feira e a
cidade agitara-se. Pegou a bolsa, fez uma prece e fechou o apartamento.
Percorreu o elevador, deu bom dia ao porteiro e pegou o carro. O mesmo carro
que acabaria de vez com sua rotina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário